Agora tenho estilhaços
de cacos por todo quarto, resultado da nossa ultima briga, minha mãe está lá na
sala comentando com minhas tias a filha que ela herdou...
Talvez isso seja mais
uma tentativa frustrada de eu ser normal, que por sinal mal sei o que significa
essa palavra... Eu queria ter esmurrado sua cara nesses vidros, sim, queria
compartilhar mais um pouco da dor que sinto quando me trata assim...
Acontece que se isso
acaba eu vou junto, se tudo isso não existir na manhã seguinte vou pirar...
Mesmo nessas brigas você continua sendo meu herói, meu céu, meu inferno.
Minha mãe me julga a
todo instante, me fala coisas que nem pra pior mulher se falaria às vezes no
café da manhã me olha por cima dos olhos, ela nunca conseguiu encarar minhas
verdades...
Devem ser duras pra ela,
já que toda vez que você sai da minha cama ela me puni mais, toda vez que fico
contigo minha “falsa liberdade” se torna mais escassa.
Ontem durante o almoço
ela começou a falar da Glorinha, dizendo que ela está cada vez mais bonita e
com um corpo admirável e com um namorado descente, teve a audácia de dizer que
deveria seguir o exemplo...
Sempre foi assim, ela
gosta do corpo das minhas amigas, dos affers delas, da boca limpa e de atitudes
contidas, sinceramente como sai dessa mulher? Sendo eu assim essa pessoa tão
desequilibrada, tão fechada tão cheia de jogos...
Não importa quantas
medalhas de responsabilidade eu traga, não importa quantos leões eu mate lá
fora, ainda não serei admirável aos olhos dela, ainda mais agora que ando com
uma pessoa que gosta disso tudo que tenho!
Hoje pela manhã ela
invadiu meu quarto, dessa vez não tão feroz já que os cacos ainda estavam pelo
chão... Olhou-me dormi e disse: — sinceramente não sei a quem você saiu você
não se ama esse quarto continua uma nojeira...
E saiu, eu virei minhas
costas e aumente minha musica e fechei meus olhos, hoje no almoço não
trocaremos nenhuma palavra, acho que ficaremos assim até você aceitar que sou
isso e me dar a carta de aforai.
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